Miriam Bevilacqua
Literatura, Comunicação,Educação
O CONDE DE MONTE CRISTO
O escritor francês Alexandre Dumas tem dois grandes sucessos mundiais entre suas obras: o próprio O Conde de Monte Cristo e o não menos famoso Os Três Mosqueteiros. É conhecido por Alexandre Dumas, o pai, porque vai ter um filho que também será romancista, assim, é uma forma de diferenciá-los. O escritor, que começa como dramaturgo, vai, não apenas transformar várias de suas peças de teatro em romances que saíam aos pedaços na imprensa francesa, mas chega a ter, inclusive, um escritório de produção de histórias com vários escritores trabalhando para ele. Isso explica os mais de seiscentos títulos publicados por essa cooperativa de escritores comandada por Dumas. Seu assistente, Auguste Maquet, é apontado como coautor de suas principais histórias.
Alexandre Dumas, que nasceu no início do século XIX, em 1802, era neto de uma negra e, mesmo tendo sido um escritor de enorme sucesso, sofreu o racismo e não teve as honras dos grandes escritores franceses. Somente anos depois, em 2002, seus restos mortais foram levando para o Panteão de Paris onde estão sepultados grandes escritores como Victor Hugo, de quem Dumas foi amigo.
O Conde de Monte Cristo foi publicado pela primeira vez em 1844 e conta a história de um jovem marinheiro de apenas 19 anos, chamado Edmond Dantès. Dantès trabalhava como imediato em um navio chamado Faraó. Como era um marinheiro muito bom e o capitão iria se aposentar, ele foi escolhido para ser o novo capitão, o que provoca ciúme em outro marinheiro chamado Danglars.
Além disso, Dantès iria se casar com Mercedes, seu grande amor. Entretanto, o primo de Mercedes, Fernand Mondego, também era apaixonado por ela e Mondego se une a Danglars e juntos traçam um plano para envolver Dantès em uma trama em que ele é acusado de conspirar contra a monarquia e a favor de Napoleão, o que faz com que ele vá parar na Prisão.
Na prisão, Dantès conhece o abade Faria que, além de lhe ensinar muitas coisas, lhe fala de um tesouro perdido, e esse encontro entre os dois homens vai mudar completamente a vida do jovem preso, que só pensa em vingança contra quem o fez ir para a cadeia.
O Conde de Monte Cristo é um típico representante do romantismo com o amor idealizado, o protagonista herói que sofre durante a história toda, mas, no final, tudo se resolve quase que como num passe de mágica. É uma história gostosa de ler, sem muita complexidade em sua forma narrativa, mas uma trama bem construída com bastante aventura como eram os romances de Dumas e que consegue traçar um retrato interessante e fiel da França da época da restauração da monarquia e da força do dinheiro.
Em uma frase famosa de Dumas, ele disse “Em literatura, não admito sistema, não sigo escola, não desfraldo bandeiras: entreter e magnetizar, estas são minhas únicas regras.” Então seus romances são mesmo obras primas do entretenimento.
O romance foi publicado em diversas línguas, se tornou filme, minissérie e peça de teatro. Com seus mais de 150 anos, inspirou inúmeras outra obras. Até uma novela da rede Globo chamada O Outro lado do Paraíso foi inspirada em O Conde de Monte Cristo. Enfim, se você ainda não leu, precisa ler.
Vídeo-resenha: https://www.youtube.com/watch?v=OY6Uvqtu24g&t=60s
FICHA TÉCNICA
Título Original – Le Comte de Monte-Christo
Edição Original – 1844
Edição utilizada nessa resenha: 1971
Editora - Abril Cultural
Páginas: 290